Livro são Bernardo

Síntese de uma visão crítica sobre São Bernardo

1 Discussão da afirmativa abaixo
“Tragédia do ciúme no plano afetivo e, ao mesmo tempo, romance do desencontro fatal entre o ter e o universo do ser, São Bernardo ficará, na economia extrema de seus meios expressivos, como paradigma do romance psicológico e social da nossa literatura.

São Bernardo é uma obra narrada em primeira pessoa em que o narrador também é a personagem central da história: Paulo Honório. Paulo Honório, dono da fazenda São Bernardo, tinha uma visão de mundo centrada na relação de poder entre “opressor” e “oprimido”, onde o opressor era Paulo Honório e a quem ele oprimia era seus empregados que trabalhavam na fazenda. Para ele o mais importante era o “ter”, que significava esforços para conseguir o que queria, sua ascensão social, utilizando meios antiéticos, como ameaça, assassinatos e roubos. No plano afetivo, Paulo Honório era casado com uma professora primária chamada Madalena. Houve uma tragédia no casamento por conta de um ciúme doentio de Paulo Honório, porque ele viu Madalena conversando com o juiz Magalhães. O universo do “ser”, era o de Madalena que era uma mulher generosa, tratava bem as pessoas, seus empregados, tinha uma visão ampla da sociedade, se preocupava com a educação das pessoas e era compreensiva. A fazenda era administrada com cuidado, seu proprietário seguia o modelo do capitalismo, sacrificava seus empregados e não eram bem remunerados, pretendia transformar a propriedade num projeto lucrativo de plantações negociando alimentos para as cidades vizinhas. Esta obra de Graciliano Ramos, São Bernardo, é um romance social e psicológico, pois retrata uma análise das relações humanas, é psicológico, porque é narrado pelo próprio Paulo Honório escrevendo a volta ao passado por suas lembranças, então ele narra suas dificuldades trabalhistas antes de comprar a fazenda e também quando a compra, narra também seus diversos atos antiéticos, o ciúme que