Liturgia do poder
O livro trata-se de um relato antigo de uma realidade atual. Internamente, a maioria das organizações contemporâneas, tem por objetivo a utilização das práticas de cultura organizacional para intensificar a busca pela harmonia dentro da empresa. O fato de o estudo ter sido realizado em uma instituição de grande porte, vista como, um referencial do setor financeiro, evidencia a potencialidade desse tipo de organização em “produzir” o colaborador padrão.
Os valores exaltados desde a formação das crianças que fazem parte do processo educacional de escolarização da empresa são os mesmos valores transmitidos aos colaboradores efetivos. A empresa investe no seu futuro capital humano desde a fase inicial do ciclo de vida. A seleção do quadro funcional também segue alguns valores específicos que por mais que não sejam totalmente evidentes, são extremamente relevantes. A Liturgia do poder procura atingir os aspectos mais internos e pessoais dos indivíduos, pregando a ética do trabalho, da disciplina, do respeito à hierarquia e do cultivo à simplicidade. Elementos da cultura como os rituais e as ideologias são mencionados na pesquisa a ajudaram a constituir o alicerce cultural da empresa.
Definitivamente o método utilizado no trabalho, bem como as contribuições oferecidas pela análise do conteúdo, serviram como um impulso e incentivo à pesquisa sobre cultura nas organizações.
Quanto ao Banco, é interessante a percepção da autora no que se refere ao contexto Econômico da época, interferindo diretamente no poder disciplinar da instituição. Esse contexto de certa forma negligenciava as classes menos favorecidas, o Banco aproveitou-se da situação para fazer a adoção de uma parte dessa população, que era representada pelos seus colaboradores e familiares. Em contra partida, neste contexto, entre todos os bancos nacionais privados, foi o Bradesco que atingiu os maiores índices de crescimento.
Um contraste evidente releva um fato que pode ser