literatura

As Vanguardas Europeias na História
Na Europa, as primeiras décadas do século XX foram marcadas por profundas transformações- e contradições- nos campos econômicos, político, social e cultural. De um lado, as inovações técnicas, que interferiam diretamente no progresso industrial, criavam a impressão de uma estabilidade econômica e política, especialmente para as classes dominantes. De outro lado, a consolidação plena do capitalismo e do modo de vida urbano gerava inúmeras crises e conflitos sociais, não apenas em nível nacional, como também em nível internacional- a luta neocolonial e imperialista que levaria o mundo à Primeira Guerra Mundial.
Diante dessa realidade contraditória e incerta, que misturava euforia e desencanto, um sentimento de perplexidade tomou conta das pessoas. Os artistas, sensíveis a esse momento, resolveram então provocar, escandalizar e ridicularizar as bases da ideologia burguesa, atacando suas mais diferentes manifestações. A arte vanguardista, aberta a experimentações jamais vistas, deu razão às dúvidas e aos questionamentos do homem moderno.
Correntes de Vanguarda
O termo “Vanguarda” (do francês avant-garde) possui origem bélica e significa “o que marcha na frente”. Seu uso no campo das artes demonstra a dimensão combativa das diversas tendências artísticas europeias que, no começo do século XX, buscaram traçar caminhos inovadores, criando paradigmas originais para a criação da pintura, na escultura, na música e na literatura.
De modo geral, os movimentos de vanguarda europeus se organizaram a partir do trabalho de grupos de artistas, que difundiram seus princípios por meio de panfletos e manifestos, muitos deles publicados em jornais de grande circulação.
Embora cada vanguarda tenha apresentado um projeto específico, todos tinham em comum a crítica à herança cultural do século XIX, considerada conservadora e ultrapassada, e a proposta de libertar as artes do imperativo de representar a realidade de modo figurativo e linear.