Litafric

430 palavras 2 páginas
A identidade nacional está presente nos contos de Luanda. A obra literária de José Luandino Vieira - especialmente contos nos quais o espaço literário está centrado nos musseques, bairros pobres e, portanto, vítimas da discriminação e opressão econômica - contribuiu para a integração cultural e linguística de Angola. Os seus contos têm, por função, ajudar a reconstruir a cultura de um povo que, por muito tempo, foi desenraizada e fragmentada. A história começa com a disputa entre duas vizinhas, Nga Zefa e Nga Bina, por causa de um ovo. Nga Zefa tinha uma criação de galinhas, mas uma delas, a Cabíri, insistia em ir para o quintal de Nega Bina, que tinha o marido preso, estava grávida e não tinha animais. Esta última dava milho à galinha de Nega Zefa, até que um dia ela põe um ovo no seu quintal. A dona de Cabíri ao saber do sucedido, tomada pela raiva, abala em direção ao quintal da vizinha e as duas começam então uma zaragata, soltando insultos e agredindo-se uma à outra, até as vizinhas as separarem. Nga Zefa reivindica que se a galinha é sua, o ovo, por sua vez, também será seu, enquanto que Nga Bina afirma que o ovo foi posto no seu quintal e ela é que tem alimentado o animal, o ovo lhe pertence, dando também a desculpa de que como está grávida, tem o desejo de comer ovo. Tendo como intermediária Vavó Bebeca, as duas rivais vão expondo a situação ao longo da tarde às personagens que surgem, como Sô Zé do quitanda, “Azulinho”, Sô Vitalino e Sô Artur Lemos. Mas nenhum deles consegue solucionar o caso. É quando aparece o Sargento com os seus soldados e tentam tomar a galinha, que Beto, filho de Nga Zefa e que sabia falar a língua dos animais, tem a ideia de começar a cantar a cantiga de “cambular” as galinhas e Cabíri, ao ouvir aquela melodia, escapa das garras do policial e voa em direção à capoeira de Nga Zefa, onde se encontrava Beto. Nga Zefa, no fim acaba por ceder o ovo a Nga Bina devido ao seu estado de gravidez e assim termina o conto. Concluímos

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