Libras: o ensino bilingue na educação dos surdos.
CALDART, Roseli Salete. Pedagogia do Movimento Sem Terra: escola é mais do que escola. Petrópolis: Editora Vozes, 2000.
O MST está “na moda”, na mídia, mas ninguém aborda a questão da educação no Movimento, um de seus trabalhos mais bonitos e importantes. Roseli Caldart chama a atenção para o papel formativo dos processos sociais, destacando o Movimento como princípio educativo, resgatando a história e o processo de formação deste novo sujeito educativo. A autora cumpre esta tarefa de forma exemplar, com um olhar de quase antropóloga, numa análise minuciosa e metódica, através de uma visão complexa da educação inserida em várias outras questões. O primeiro capítulo é aberto de forma direta: “como olhar para os semterra e para o MST de modo a compreender o sentido de sua ocupação e preocupação específica com a questão da educação e da escola?” (p. 19, grifo da autora). Para chegar a uma resposta, ela nos mostra que, em primeiro lugar, é necessário compreender a experiência mais ampla de formação humana que se dá no Movimento dos Sem-Terra, e emtender que a escola é apenas uma parte desta experiência. Para que possamos compreender isto melhor, Roseli introduz a noção de sentido sociocultural do MST. Explica que, com a formação dos Sem Terra, formou-se não só um novo sujeito social como também um novo sujeito cultural, através da sua forma particular de realizar sua luta e vivenciar os valores e comportamentos que produz. É a forte dimensão de projeto que distingue a produção destes novos sujeitos socioculturais da produção cultural intrínseca à vivência cotidiana de qualquer ser humano. Dentro do MST formam-se estes novos sujeitos sociais e culturais, transformando os trabalhadores desenraizados e isolados. É uma transformação profunda, provocada pela dinâmica da luta pela terra, que permanece mesmo após a aquisição de terra para cultivar. Em seguida Roseli Caldart trata
de deixar claro qual o conceito de cultura que usa para olhar o MST. Compreende