Liberdade

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Sartre realizou sua compreensão psicológica em moldes totalmente diversos dos que tinham sido elaborados pela psicologia e a psicanálise até então, ao colocar em xeque: 1) a perspectiva subjetivista, na qual tudo se resolve “no mundo interno do sujeito”; 2) a perspectiva mentalista, que entende esse mundo interno substancializado em uma estrutura mental que, uma vez constituída, ganha motor próprio; 3) a concepção metafísica do psiquismo, como vemos aparecer nos conceitos da metapsicologia freudiana. Sartre traz a dialética definitivamente para o corpo da psicologia, sem perder de vista a subjetividade e o sujeito. Dessa forma, na psicologia existencialista, a noção de doença mental não tem lugar. O francês não trabalhará nem com a noção de doença, por implicar a criticada noção organicista de entidade mórbida, herança da medicina e psiquiatria clássica, nem com a noção de mental, como vimos acima. Em conseqüência, será outra a sua compreensão dos processos de impasse psicológico e da loucura, já que outra é a sua noção de consciência, de mundo e de personalidade.

Quando Sartre escreveu parte de sua obra psicológica, nos anos 1930-40, inclusive elaborando a proposição de uma metodologia para a psicologia – sua psicanálise existencial – contida no livro O Ser e o Nada, tinha interesse na viabilização prática, clínica, da psicologia que elaborava. A psicologia clínica ainda não havia nascido oficialmente na França, pois só se estruturou enquanto disciplina independente a partir de 1945, com a obra de Daniel Lagache. O existencialista acompanhava, no entanto, o movimento de constituição dessa área de atuação, bem como da consolidação da psicanálise em solo francês, mantendo relações intelectuais profícuas com psiquiatras e psicanalistas de sua época, como Daniel Lagache, já citado, J. B. Pontalis, entre outros, o que demonstra que esses temas faziam parte de seu contexto intelectual e de seu campo de interesses. Em boa parte de suas obras filosóficas Sartre dialoga

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