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Racismo e discriminação no meio de todos nós

Não importa como são definidos e caracterizados, racismo e discriminação constituem violações de direitos humanos. Não é uma questão de relação interpessoal nem são apenas hábitos da pessoa humana. São questões que estão incorporadas às práticas, às políticas e composições institucionais que levam um grupo de uma raça ou cor a estar em desvantagem e outro a gozar de privilégios.
Quando, em 1888, aconteceu a abolição da escravatura no Brasil, não foi em decorrência do desejo do branco em ver o negro liberto, mas de ver o país livre da vergonha de ser ainda o único país americano em manter a escravidão. A “Libertação” não foi uma dádiva, mas uma conquista dos próprios negros apoiados política e socialmente pelos abolicionistas. O negro liberto, no entanto, passou a ser negro marginalizado. Enquanto estrangeiros brancos recebiam centenas e milhares de hectares de terra, o negro se amontoava nos morros, pois sequer recebeu um terreno do governo brasileiro pelos seus 400 anos de serviços prestados.

Escravidão escamoteada

Os negros brasileiros têm sofrido, ao longo da nossa história, diversas formas de calúnias. A justificativa para tais acusações variou com o pensamento intelectual da época. O fato é que, no Brasil Colônia e no Brasil Império, não houve lugar para o negro no imaginário nacional português ou brasileiro. País que se queria branco, o Brasil se esforçava para realmente brutalizar os negros que importava da África como escravos e os que aqui nasciam. Sua tarefa e justificativa moral era civilizar pela disciplina do trabalho escravo; seu objetivo real era extorquir o máximo possível de trabalho ao menor custo. Poucos descendentes negros se contavam no pequeno espaço social reservado para o exercício da igualdade, da cidadania e da civilidade.
No nosso Brasil persiste uma mentalidade profundamente arraigada no sistema escravista/colonial. Em nome de uma “raça superior” já se cometeram milhares de

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