Leitura e formação de leitores

685 palavras 3 páginas
Na nossa memória colectiva, está ainda muito presente um período da história recente de Portugal, a ditadura nacional e o estado novo. Apesar de nos separar desse período apenas 37 anos, esse regime tem sido tema de teses nas várias áreas do conhecimento. A censura nas suas várias expressões tem sido abordada e podemos encontrar no RCAAP duas teses sobre a censura da palavra em Portugal nos anos de 1926 a 1974. Contudo, retrocedendo na nossa história até à Inquisição podemos constatar uma longa sequência de acontecimentos, que levam CANGUEIRO (2009) a afirmar:
No seu conjunto, forma 437 anos de censura, em cerca de 500 anos de imprensa em Portugal. Ou seja, quase 90% do tempo de produção intelectual portuguesa, entre a aplicação da arte de Gutenberg e 1974, foi marcado pelo policiamento dos censores. Isto tendo em conta, do ponto de vista histórico, que a primeira determinação de censura prévia documentada data de 1537, privilégio de impressão outorgado a Baltazar Dias por D. João III.

A questão que se coloca neste contexto, é a origem da censura, mais especificamente de censura da palavra. Segundo Manguel (1998), Santo Agostinho referia os olhos como a entrada do mundo. O processo de leitura envolve a visão e a percepção, mas implica também o sentido através da apreensão de significado. Para a ocorrência da atribuição de significado contribuem, a experiência pessoal através da memória, reconhecimento, juízo, prática e as convenções sociais. Isto significa que antes de ler, o indivíduo já possui a capacidade de ler e a descoberta da palavra ocorre porque a ideia ou o objecto já tem representação na mente do indivíduo. Por outro lado a leitura em voz alta e o som emitido das partículas, transportam em si, o signo. Quando Manguel (idem) escreve sobre os escravos que viviam na América do Norte e as situações adversas em que aprendiam a ler, refere a audição repetida da Bíblia e posterior confirmação com a palavra escrita como método de aprendizagem.
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