Laudo casa branca - bahia

7800 palavras 32 páginas
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ILÊ AXÉ IYÁ NASSÔ OKÁ
TERREIRO DA CASA BRANCA DO ENGENHO VELHO
LAUDO ANTROPOLÓGICO
DE AUTORIA DO
PROFESSOR DOUTOR ORDEP JOSÉ TRINDADE SERRA
DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
O ILÊ AXÉ IYÁ NASSÔ OKÁ, TERREIRO DA CASA BRANCA DO ENGENHO VELHO, é tradicionalmente considerado, nos meios populares, o mais antigo templo afro-brasileiro ainda em funcionamento. Os etnógrafos que se ocuparam dele reconhecem que é impossível precisar a data desua fundação (na Barroquinha), mas os cálculos baseados na etnohistória e nos documentos disponíveis fazem-na remontar, no mínimo, à década de
1830 (COSTA LIMA, 1977; VERGER, 1992. BASTIDE, 1986), ou mesmo a inícios do século XIX, senão um pouco antes (SILVEIRA, 2006). Sua comunidade de culto — o
Egbé Iyá Nassô— segue o rito nagô e se auto-identifica como um “candomblé ketu”, ou
“de nação ketu”. (COSTA LIMA, 1976 e 1999). No contexto, o designativo “nação ketu” remete, por contraste paradigmático, a denominações como [nação] “ijexá”, “angola”,
“jeje” etc. No caso do egbéem questão, existe clara consciência de que a “nação” corresponde a um indicador étnico, refere-se a um lugar de origem dos (principais) fundadores do culto. [Em outros domínios, no universo dos ritos afro-brasileiros, os designativos “ketu”, “ijexá”, “angola” etc. conotam antes um modelo litúrgico, que se sobrepõe à referência étnica quase a elidindo: ver a propósito Serra, 1995: 71: “O conceito de nação tem duplo alcance: indica ao mesmo tempo uma tipologia de ritos e uma origem étnica (...); a referência ‘etno-histórica’ pode estar mais acentuada em um caso do que em outro”]. A comunidade do Terreiro do Engenho Velho mostra grande consciência do vetor étnico de sua auto-designação. Ela também se identifica como nagô(“nós somos nagôs!”) e 2 reconhece, neste nível, sua relação de proximidade com os grupos de culto ijexá, que se autodenominam com este etnônimo, evocativo de uma sociedade iorubana. Nagô, como

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