Larrosa x Lestrade

697 palavras 3 páginas
Para Larrosa, são as palavras que determinam o pensamento, porque originam os significados e consequentes resignificações do objeto do pensamento e portanto não é preciso ser alfabetizado para exercer o pensar, a comunicação é o elemento condicionante. No testo de Agnes Lestrade, a comunicação é privilégio de poucos, a palavra não é pensada, é subjulgada por valores arbitrários e abstratos, originadas de uma fábrica fantástica, que esta a serviço de uns poucos, produzindo uma divisão social entre os habitantes que tem maior poder de comunicação e os que falam, mas não se comunicam plenamente, pois tem acesso restrito à palavra. Lestrade aborda a temática da comunicação no universo lúdico, mas atravessa essa dimensão, quando convida todos os públicos a refletirem na questão da banalização de palavra e do seu uso descontextualizado. Larrosa entende que o homem é um ser rizomado pela palavra, matéria prima de todas as suas atividades, traduzindo suas ações, experimentos, sentimentos, observações, posicionamentos, comportamentos, nomeações, seu modo de ser e ver o mundo. Tais abordagens seriam inteiramente inviabilizadas no país de A Grande Fábrica de Palavras, onde as palavras chegam prontas e com seus significados pré estabelecidos, não há autonomia, status condicionante para se iniciar processos de autoria. Neste contexto, podemos fazer uma análise dessa "fábrica" em anlogia com a realidade da sociedade e da escola atualmenteque privilegia o acúmulo de informação cada vez maiz compartimentalizada em detrimento de conceitos e das experiências positivas que valorizem o sujeito enquanto produtor e não apenas consumidor de conhecimentos. Para nos fazer refletir no lugar da palavra na escola, no sentido de estimular a autonomia tanto de educadores quanto de educandos de seus processos autorais, algumas questões são primordiais: É possível termos alunos e professores plenamente autores em sala de aula? quais modelos de atividades podem ser desnvolvidos nesse sentido?

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