Kregel - budget deficits

533 palavras 3 páginas
Kregel começa destacando que coexistência de déficit público, inflação e desemprego crescentes no decorrer da segunda metade do século XX acabou por colocar em xeque as políticas ditas ‘keynesianas’ – baseadas na manutenção dos níveis de atividade através de incentivos à demanda – e dando inicio a um movimento de contenção de gastos públicos.
Para o autor esse cenário tem como um dos principais determinantes a disseminação de uma interpretação equivocada das proposições de Keynes que - baseada em estudos como os de Lerner - estabeleceu uma espécie de ideário comum, segundo o qual para a lógica keynesiana o gasto público deveria ser utilizado como mecanismo de ajuste fino para a manutenção do pleno emprego, buscando-se assim reverter qualquer desajuste cíclico. Sob este prisma, o governo deveria ajustar sua política fiscal ao momento da economia: nos momentos em que verificasse queda da atividade seria necessário estimular imediatamente o consumo, ao passo que em momentos de superaquecimento seria necessário apertar o cinto.
O problema dessa interpretação é que deixa de lado especificações importantes da receita de política econômica sugerida por Keynes, para ele, o gasto público pode sim ser utilizado como medida anticíclica, porém, deve-se destacar que o alvo majoritário das políticas de gasto público deveria ser a manutenção dos níveis de investimento, de modo que uma política estável e bem direcionada de estímulo ao investimento privado seria uma ferramenta poderosa para diminuir a insegurança dos agentes em relação ao futuro e, portanto, para a manutenção do nível da atividade em um patamar saudável. Para Keynes, há sim espaço para medidas de incentivo direto ao consumo das famílias, desde que utilizadas em momentos mais agudos do ciclo e de forma – e não de forma constante como sugere a interpretação ‘keynesiana’ mais difundida.
Além disso, a visão ‘keynesiana’ que se propagou criou a impressão de que a preocupação com a sustentabilidade do déficit

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