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Quando ontem (17/06) me perguntaram se eu não tinha medo de ir ao protesto que estava marcado para a noite de segunda-feira na minha cidade, Porto Alegre, respondi que não. Tendo acompanhado a repercussão negativa da atuação da Polícia Militar em São Paulo – que não poupou nem a imprensa -, e sabendo da multidão que encontraria na Praça Montevidéu, fui às ruas acreditando em um desfecho pacífico para uma noite de ato unificado nacional.
A concentração em frente à Prefeitura estava bonita e plural, uma profusão dos mais diversos ideais. Nem posso dizer que concordava com todos, mas era impossível não ficar feliz vendo o povo acordado. Apenas estranhei quando um sujeito que, sozinho, registrava tudo com seu celular, começou a tirar fotos minhas. Fui informado de que se tratava de um P2 (policial à paisana) e que estava presente em diversos protestos coletando imagens de manifestantes. Verdade ou não, fiquei desconfiado. Por que a polícia deveria monitorar manifestantes? Fora isso, a manifestação, de fato, seguia pacífica, e a Brigada Militar definitivamente não parecia fazer parte do evento.
Subimos a Avenida Borges de Medeiros cantando contra o aumento das passagens, contra a copa, contra a violência e, no final das contas, a favor de uma sociedade mais decente. Foi lindo ver a multidão sem fim na João Pessoa, mais gente do que a curvatura da avenida permitia ver. Também foi demais ver pessoas (talvez mais tímidas que os manifestantes que saíram às ruas) dando todo apoio das janelas, com bandeiras brancas, aplausos e sorrisos. Os únicos momentos em que a alegria não era predominante eram aqueles em que algumas pessoas batiam em latas de lixo e grades de prédios ou estampavam sua revolta em pichações, e eram então repreendidas pelos setores mais moderados do movimento. Discordamos, mas fomos um. Até os baderneiros chegarem.
Amigos, quando digo baderneiros, não me refiro aos corajosos que transcendem nosso instinto de ordem pequeno-burguês e arriscam a própria pele

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