Kaleckei cap 1 e 2

Distribuição setorial em kalecki

Kalecki ao contrario de outros autores da época que dividiam a economia em macro e micro, tendo pouca ou nenhuma interdependencia entre uma e outra, usa a microeconomia como fator gerador da diferença entre destribuição de renda dos capitalistas e trabalhadores, e entre os próprios capitalistas. Em Kalecki a distribuição setorial da renda, tem como hipótese básica o papel da firma na determinação dos preços de mercado dos produtos industriais, com isso o grau de monopólio (mark up) torna-se a variável mais importante para entender e calcular a distribuição de renda entre o setor dos trabalhadores e dos capitalistas.
Vemos em Kalecki (1954) e em Steindl (1983), que as fontes de determinação do grau de monopólio (mark up) são fortemente ligadas a dois fatores: (i) inovações de processo redutoras de custo; (ii) uso de capacidade ociosa como fonte de vantagem competitiva e para redução dos efeitos da incerteza sobre o comportamento da demanda futura. Na próxima secção vamos focar apenas no primeiro item, inovações de processos. Também vamos falar da inovação de produto. Com isso podemos apresentar a formula da destribuição da renda setorial kaleckiana e mais tarde discutir os efeitos do precessos inovativos schumpeteriano como forma de determinar a participação relativa dos sálarios na destribuição setorial da renda.

Em Kalecki:

“Se indicarmos o total dos salários por W, o total do custo das matérias-primas por M e a razão entre o total dos rendimentos e o total dos custos diretos por k (mark up), temos:

custos indiretos + lucros = (k – 1) (W + M)

A parcela relativa dos salários no valor agregado de um ramo da indústria pode ser representada como:

w W
W k – 1W M.

Se indicarmos a razão entre o montante dos custos de matérias-primas e o custo de mão-de-obra por j, teremos:

w 1
1 k – 1j