jornalismo literario

Jornalismo literário segundo Felipe Pena
Não é novidade que todos os dias jornalistas se vêem obrigados a tentar mudar seus padrões, renovar seus lides e aperfeiçoar seus textos. Para o jornalista Felipe Pena, autor do livro “Jornalismo Literário”, o estilo é capaz de assegurar a profundidade dos fatos e situações que todo o repórter cobre, com textos cada vez mais originais. O escritor e professor universitário tratou dessas questões no seu mais novo livro.
“O jornalista literário não ignora o que aprendeu no jornalismo e nem joga suas técnicas narrativas no lixo. O que ele faz é desenvolvê-las de tal maneira que acaba constituindo novas estratégias profissionais”. Pena ressalta ainda que os princípios básicos da redação jornalística continuam fundamentais. “Como a apuração rigorosa, a observação atenta, a abordagem ética e a capacidade de se expressar claramente, entre outras coisas”. “Meu objetivo foi estudar um filão editorial muito explorado pelos meus colegas jornalistas, especialmente aqueles cansados da rotina das redações e do pouco espaço para se aprofundar nos assuntos”. O escritor que se preocupou em criar uma teoria alternativa a “ilusão biográfica” descrita pelo filósofo francês Pierre Bordieu, ou seja, que lida com as histórias como um “relato coerente de uma seqüência de acontecimentos com significado e direção”.
“A idéia é organizar uma biografia em capítulos nominais que reflitam as múltiplas identidades do personagem (por exemplo: o judeu, o gráfico, o pai, o patrão, etc). No interior de cada capítulo, o biógrafo relaciona pequenas histórias fora da ordem diacrônica. Sem começo, meio e fim, o leitor pode começar o texto de qualquer página”.
O autor revela também que acredita que as possibilidades do gênero aumentaram com a internet. “Pode-se obter a interatividade ao lançar a obra junto com um site em que os leitores possam contar sua própria história sobre o personagem para a edição seguinte. O leitor é co-autor e o biógrafo apenas um