Jornalismo do espetáculo

As consequências da Civilização do Espetáculo sobre o papel da imprensa na política.

Resumo
Mário Vargas Llosa chama de Civilização do Espetáculo a sociedade em que estamos vivendo agora, em que a cultura está fundamentada em mero instrumento de entretenimento e na ausência de compromisso com o que é realmente relevante. A cultura de hoje é para ser consumida como “os biscoitos ou as pipocas”, conclui ele. Esse ensaio trata sobre a relação entre essa atual civilização, de crise da cultura, em que o que é bem fundamentado tem perdido lugar para trivialidades, e o jornalismo sensacionalista, consequência daquela, que media os assuntos associados à política. Atualmente, o que presenciamos é a hegemonia de uma política preocupada não com o rumo da nação, mas com sua permanência depois das próximas eleições.
Palavras-chave
Civilização do Espetáculo; imprensa; política; cultura.

A Civilização do Espetáculo
O livro de Llosa trata não apenas do empobrecimento artístico nessa civilização, mas de uma sociedade que voltou-se para o entretenimento puro e simples. Essa pretensão ao que é superficial e divertido atingiria não apenas as artes plásticas, mas outros domínios da expressão humana, como o jornalismo, com a ambição atual de fazerda notícia um produto com o objetivo entreter.
O escritor compara com o passando dizendo que antes a cultura era uma espécie de consciência, o que impedia-nos de virar as costas para a realidade. Hoje ele lamenta que ela atue como mero mecanismo de distração. Para ele, “a ideia ingênua de que, através da educação, se pode transmitir cultura à totalidade da sociedade, está destruindo a ‘alta cultura’, pois a única maneira de conseguirmos essa democratização universal da cultura é empobrecendo-a, tornando-a cada dia mais superficial” (LLOSA, 2013).
Para o autor, a figura do intelectual que estruturou o século passado teria desaparecido. Mesmo que ainda alguns participem de polêmicas e debates, sua repercussão na sociedade é