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Será a clonagem humana eticamente aceitável?

A possibilidade de clonagem humana continua a agitar mentes e a ocupar lugar de destaque em revistas e jornais. Pode pensar-se que “clone” e “clonagem” são expressões modernas e referentes a desenvolvidas técnicas artificiais. No entanto, estes termos são muito antigos em biologia e dizem também respeito a processos naturais que se dão desde o início da vida na Terra.
A clonagem natural e artificial prende-se a uma variedade de níveis e denota sempre o processo que conduz à formação de duas ou mais entidades biológicas geneticamente iguais. Estas entidades podem ser genes, células ou organismos completos. Neste ensaio irei fixar-me na clonagem reprodutiva de organismos completos, mais precisamente seres humanos, e nas consequências éticas que daqui advêm respondendo à questão “Será a clonagem humana reprodutiva eticamente aceitável?”. A informação a que tive acesso e os conhecimentos que adquiri permitiram-me formar uma opinião mais sólida e consistente acerca deste problema. Vou, neste ensaio, defender que a clonagem humana reprodutiva não é eticamente aceitável.
Uma das objecções que se coloca é a da identidade, que defende que a clonagem de seres humanos impedirá estes de terem uma identidade própria. No entanto, contraargumenta-se que os clones apenas teriam o mesmo ADN que os seus progenitores mas provavelmente personalidades diferentes, uma vez que se desenvolveriam em gerações e meios envolventes distintos. Há ainda o caso dos gémeos verdadeiros que possuem o mesmo código genético e o seu nascimento não é indesejável. Porém, penso que este contra-argumento não invalida o facto dos clones, assim como os gémeos verdadeiros, terem uma maior probabilidade para crises de identidade e de existência.
Outra das objecções à clonagem é a da instrumentalização: aqueles que querem ser clonados poderiam tratar os seus clones como simples meios para alcançar determinados fins. Algumas pessoas