JIOIU

4105 palavras 17 páginas
Quando o jovem tunisiano Mohamed Bouazizi ateou fogo ao próprio corpo, simbolicamente, não protestou apenas contra a apreensão de suas mercadorias ou da falta de perspectivas de vida, que atinge a maioria dos jovens do mundo árabe, mas demonstrou ao mundo que aquela medida extrema era um grito de desespero frente a uma realidade muito mais ampla, de um contexto em que a auto – imolação foi a única forma de se fazer ouvir, mesmo que a custa da própria vida.O seu gesto não passou despercebido, e o mundo assistiu a mais extraordinária sequência de manifestações em vários países do mundo árabe,onde qualquer pessoa em sã consciência, jamais imaginaria que tudo o que aconteceu e ainda está acontecendo poderia chegar onde chegou.

O mais impressionante de toda a Primavera e que talvez nem todos saibam é qual foi o estopim de todo o movimento.Tudo começou por causa de uma única pessoa, um jovem vendedor de frutas tunisiano de 26 anos. Chamava-se Mohamed Bouazizi. Ele não era nenhum revolucionário, nem podia imaginar a dimensão que sua auto-imolação iria tomar.Vendia frutas ilegalmente em uma praça, na pequena cidade de Sidi Bouzid, trabalho que aqui no Brasil chamamos de 'camelô'. A polícia há muitos anos cobrava propina para deixá-lo trabalhar.
No dia 17 de dezembro de 2010, ele havia resolvido que não iria mais dar seu dinheiro para policiais corruptos. Quando se recusou a pagar, confiscaram seu carrinho de frutas. Ele tentou argumentar, e como resposta uma funcionária municipal lhe deu um tapa na cara e cuspiu nele no meio da praça.

Compare os dois atos extremos em momentos diferentes da história

Inconformado com a situação,Bouazizi foi até a sede do governo para tentar reaver seu carrinho, suas frutas e dar queixa da funcionária do Estado que havia lhe agredido. O governador se recusou a recebê-lo. Ele então saiu do prédio, foi até um posto de gasolina próximo e voltou. No meio do trânsito gritou "como vocês querem que eu viva desse

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