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8591 palavras 35 páginas
Educação/formação profissional: para além dos novos paradigmas ERNA MARTHA RÉGNIER
Consultora do Departamento Nacional do Senac.

CONTEXTUALIZANDO O TEMA
Certa vez C. Whight Mills comparou a situação dos cientistas à de remadores no porão de uma galera: Todos estão suados de tanto remar e se congratulam uns com os outros pela velocidade que conseguem imprimir ao barco. Há apenas um problema: ninguém sabe para onde vai o barco, e muitos evitam a pergunta alegando que este problema está fora da alçada de sua competência.1
Muito antes de Mills, o físico Oppenheimer, numa explosão de desespero frente à destruição causada pelo cogumelo atômico sobre Hiroxima e Nagasaki, manifestou seu drama de consciência dizendo: “O pior perigo da humanidade é o cientista alienado”.
Em dois contextos diferentes, duas manifestações semelhantes expressam a mesma inquietação e perplexidade frente à ética da ciência contemporânea.
Se olharmos para o passado não muito longínquo, vamos verificar que foi a partir da segunda metade do milênio que a humanidade, inspirada pelo pensamento dos pioneiros do
Iluminismo, começou a depositar uma fé crescente no desenvolvimento da ciência; numa reação saneadora do obscurantismo opressor da idade média.
Entretanto, este movimento de resgate da razão e da objetividade, que propiciou a superação do período sombrio da Inquisição e deu início à era da razão, transformou-se ao longo do tempo numa grande conspiração: por um lado contra toda possibilidade de conhecimento científico na subjetividade, e por outro, contra qualquer expressão de uma ética comprometida com a não violação das leis da natureza, com a não violência, a não segregação, a não exclusão. As conseqüências desta passagem de uma fase sombria, em que religião e ciência se mesclavam numa cumplicidade opressora e castradora do pensamento, das crenças e dos ideais do ser humano, para um período oposto de supervalorização e estimulação da mente, podem ser observadas

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