Jean Itard e seu método para educar crianças de mármore

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Jean Itard e seu método para educar ‘crianças de mármore’

No pequeno texto de Lajonquière, "Itard Victor!!! Ou o que não deve ser feito na educação das crianças", ele faz uma breve, porém densa crítica ao trabalho do médico Jean Itard na educação do jovem selvagem Victor do Aveyron. Victor foi encontrado em uma floresta no Sul da França. Na época tinha entre 12 e 15 anos, emitia apenas grunhidos, não reagia a ruídos nem interpelações e se locomovia de quatro, características que fizeram com que o médico Philippe Pinel chegasse a conclusão de que não havia esperança em conseguir educa-lo. Itard, que havia sido aluno de Pinel, discordou de seu mestre e defendeu a possibilidade de educar Victor, argumentando que sua situação devia-se à privação do contato social vivida pelo garoto até o momento. Madame Guérin era uma governanta que auxiliava Itard a cuidar de Victor, com quem o garoto passou o resto da vida após ter sido abandonado por Jean. Para provar que seu trabalho com Victor surtia efeito e que era válido o investimento feito para mantê-lo junto ao selvagem e a governanta, Itard escrevia relatórios para a comunidade científica, os quais foram publicados posteriormente, tornando-se famosos pela peculiaridade do caso e servindo como inspiração para o filme de Truffaut, L'enfant Sauvage. Segundo Lajonquière (2000, p.110), Itard, ao tentar educar Victor, fez tudo àquilo que não deve ser feito na educação de uma criança, sendo um de seus maiores erros o de ver Victor como uma estátua de mármore, ignorando seus desejos e sentimentos, pois acreditava que Victor não era uma criança normal, por isso estaria fadada ao fracasso educativo, uma vez que nesses casos a adequação natural, estado espiritual infantil X intervenção adulta, não é válida. Freud afirma que:
“o educador é aquele que deve buscar, para seu educando o justo equilíbrio entre o prazer individual – vale dizer, o prazer inerente à ação das pulsões sexuais- e as

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