Inês de castro

2250 palavras 9 páginas
Passada esta tão próspera vitória,
Tornado Afonso à Lusitana Terra,
A se lograr da paz com tanta glória
Quanta soube ganhar na dura guerra,
O caso triste e dino da memória,
Que do sepulcro os homens desenterra,
Aconteceu da mísera e mesquinha
Que despois de ser morta foi Rainha. O rei Afonso voltou a Portugal, depois da vitória contra os mouros, esperando obter tanta glória na paz quanto obtivera na guerra. Então aconteceu o triste e memorável caso da desventurada que foi rainha depois de ser morta, assassinada. Tu, só tu, puro Amor, com força crua, Que os corações humanos tanto obriga, Deste causa à molesta morte sua, Como se fora pérfida inimiga. Se dizem, fero Amor, que a sede tua Nem com lágrimas tristes se mitiga, É porque queres, áspero e tirano, Tuas aras banhar em sangue humano. O Amor, somente ele, foi quem causou a morte de Inês, como se ela fosse uma inimiga. Dizem que o Amor feroz, cruel, não se satisfaz com as lágrimas, com a tristeza, mas exige, como um deus severo e despótico, banhar seus altares (“aras”) em sangue humano: requer sacrifícios humanos.
A palavra "pérfido", na obra, geralmente se refere aos Mouros inimigos. Nesse verso, parece indicar que Inês foi morta com a mesma crueldade que se usava contra eles. Estavas, linda Inês, posta em sossego, De teus anos colhendo doce fruito, Naquele engano da alma, ledo e cego, Que a Fortuna não deixa durar muito, Nos saudosos campos do Mondego, De teus fermosos olhos

Relacionados

  • Ines de castro
    1473 palavras | 6 páginas
  • Ines De Castro
    3481 palavras | 14 páginas
  • Inês de Castro
    816 palavras | 4 páginas
  • Ines de castro
    524 palavras | 3 páginas
  • Ines de castro
    7941 palavras | 32 páginas
  • Inês de castro
    2091 palavras | 9 páginas
  • INES DE CASTRO
    405 palavras | 2 páginas
  • Inês de castro
    2342 palavras | 10 páginas
  • Ines de Castro
    415 palavras | 2 páginas
  • Ines de Castro
    440 palavras | 2 páginas