Introdução a metodolio

DEMO, Pedro. “A construção científica” In: DEMO, Pedro. Introdução à metodologia da ciência. São Paulo: Atlas, 1987, p. 29/51.

RESUMO: O texto trata de alguns momentos importantes da construção científica, a saber: a) demarcação científica (esforço de separar o que é e o que não é científico); b) limites da demarcação científica (evitar tanto o dogmatismo quanto o relativismo); c) objeto construído (resultado da construção científica) e; d) os passos do trabalho científico (fases necessárias para o desenvolvimento de um trabalho científico: hipótese de trabalho, roteiro de trabalho, teste da hipótese e conclusões).

2.1. Observações iniciais

... o conceito de ciência depende de nossa concepção de realidade (p. 29);

Fazer ciência social é em parte aprender e compreender outras visões de mundo e admitir a própria como preferencial, não porque não tenha defeitos, mas porque imaginamos menos defeituosa. (p. 30);

2.2. A demarcação científica

[Demarcação científica é] o esforço de separar o que é e o que não é científico. (p. 30);

Não é ciência o que chamamos de senso comum, a forma comum de conhecermos a realidade, sobretudo através da experiência imediata. (p. 30);

O que marca o senso comum é ele ser um conhecimento acrítico, imediatista, crédulo. Não possui sofisticação. Não problematiza a relação sujeito/objeto. Acredita no que vê. Não distingue entre fenômeno e essência, entre o que aparece na superfície e o que existe por baixo. Ao mesmo tempo, assume informações de terceiros sem as criticar. (p. 30);

Usa-se [bom senso] para designar a capacidade de encontrar soluções adequadas em momentos inesperados e sobretudo quando não dispomos da necessária especialização ou informação. (p. 31);

... o senso comum é a dose comum de conhecimentos, da qual dispomos para nossas necessidades rotineiras. Por mais que seja crédulo, e componente essencial das condições de existência. (p. 31);

... não é ciência a ideologia, entendida aqui