Intoxicação por mamona

Em novembro de 2005, um rebanho misto de ovinos e caprinos foi examinado devido ao início súbito de doença e mortalidade. O rebanho tinha 105 ovelhas, 100 cabras e 2 carneiros. A vacinação e vermifugação do rebanho foram realizadas de acordo com os protocolos veterinários. De acordo com o proprietário, 2 dias antes, o bando havia se alimentado de resíduos de jardim contendo diferentes espécies de plantas. Os sinais clínicos foram desenvolvidos cerca de 24-30 horas após a exposição a essas plantas e 45 animais demonstraram sinais de intoxicação. Ao exame clínico, o veterinário detectou os seguintes sinais clínicos: fraqueza, inapetência, dificuldade de acompanhar o rebanho, salivação, atonia ruminal, movimento de mastigação, diarréia aquosa profusa, desidratação com enoftalmia, dilatação das pupilas, depressão, ranger de dentes, taquicardia e dispnéia. O curso da intoxicação progrediu para decúbito nos casos agudos. Os animais severamente afetados apresentaram hipotermia com temperatura corporal variando entre 35 e 37 °C. Durante 2 dias após o início da intoxicação, 15 animais morreram. Não houve novos casos clínicos ou de mortalidade após o quarto dia, mas 2 ovelhas abortaram no quinto dia após o início da intoxicação. Duas ovelhas que sobreviveram revelaram ainda acentuada queda de lã, quando examinadas 25 dias depois da intoxicação.

Patologia clínica:
A urinálise em três ovelhas afetadas revelou acidúria e proteinúria. Amostras de sangue foram coletadas da veia jugular de oito ovelhas afetadas para hematologia e bioquímica. Os resultados indicaram elevação acentuada dos níveis séricos de uréia, creatinina e fósforo.

Necrópsia:
Necrópsias foram realizadas em 4 carcaças. Exames post mortem confirmaram a gastroenterite grave caracterizada pela ampla hiperemia e hemorragia da submucosa do abomaso e de todas as partes dos intestinos delgado e grosso. Em um caso, infartos foram observados na mucosa do abomaso. Enterite fibrinosa e descolamento do epitélio