Influência do iluminismo na conjuração baiana

Introduzindo e explicando
É sabido que a conjuração Baiana se deu em 1798, através dos autos da devassa que ocorreu logo após a divulgação dos primeiros boletins sediciosos em Salvador a 12 de agosto do mesmo ano. Ao se estudar tais documentos (os autos) percebem-se as reivindicações dos acusados, seus ofícios, suas relações pessoais, seus conhecimentos culturais (referidos aos acontecimentos europeus contemporâneos) e a extensão que as idéias de liberdade, igualdade e fraternidade tomaram em suas mentes. Esse último ponto ainda é visto com muitas controvérsias e pontos de vista diferentes , mas, me parece factualmente inegável a influência da conjuntura da Luzes que estava se afirmando “além mar”.
Esse movimento, como a maioria dos outros, gerou fontes que nos chegam hoje como: Autos administrativos produzidos pelas autoridades coloniais (depoimentos, confissões, acareações etc.), textos produzidos pelos elementos sediciosos (muito interessante ao as traduções de textos franceses feitos por Francisco Muniz Barreto e Cipriano José Barata), e os próprios folhetins espalhados nas ruas de Salvador. Todas essas fontes podem ser consideradas essenciais para tratar da questão da formação ideológica desta Revolta chamada “dos alfaiates”. Os panfletos sediciosos nos dão uma breve idéia dos objetivos a serem perseguidos pelos iminentes revolucionários (cabe lembrar que o movimento em si não chegou a ser deflagrado). Os autos da devassa contêm informações mais pontuais como datas, horas, nomes, mas deve ser analisada com um certo cuidado, uma vez que se sabe quais agentes as produziram e que objetivos estes tinham ao fazê-lo (os funcionários públicos encarregados da acareação e condenação de culpados deviam se apressar com os resultados e, digamos assim, tinham que encontrar alguém para “pagar a conta” e por isso se apressavam em prestar contas à coroa portuguesa). Finalmente, documentos de grande valor historiográfico (não que tal valor não seja encontrado nos demais)