industria farmaceutica
A iminente mudança de paradigma na relação entre a indústria farmacêutica e a medicina*
The imminent paradigm shift toward the relationship between pharmaceutical industry and medicine
Quantas vezes, após ter assistido a uma bela conferência médica sobre determinado assunto ou ter lido artigo científico em uma revista (principalmente nas que não exigem declaração de conflito de interesse), ocorreu-lhe a dúvida de haver, por trás das indicações e conclusões estabelecidas, um viés de tendenciosidade devido a uma possível relação entre os autores com a indústria fabricante do produto discutido e/ou com o patrocinador do evento?
(como os novos anticoagulantes), cujos trabalhos são realizados com o maior rigor científico e fiscalizados pela Food and Drug Administration (FDA) e pela
Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), sem nenhuma restrição ou problema. Além disso, a indústria tem patrocinado grande parte dos eventos e publicações na área, e sem esse apoio seria impossível realizá-los. Não se discute, enfim, a relação existente entre as duas partes, mas se discute, e muito, como deve ser essa relação.
É inegável o fato de que a relação existente entre a indústria farmacêutica e a medicina (seja de natureza terapêutica, propedêutica ou afim) não só é importante, mas essencial para o avanço da própria ciência médica.
A história da medicina deixa bem claro que inúmeros estudos e pesquisas sérias e metodologicamente corretas foram patrocinadas pela indústria farmacêutica. Na verdade, sem o poderio econômico da mesma, grandes trabalhos jamais teriam deixado de ser projetos de pesquisa1. Faz-se importante frisar, ainda, que nem sempre a relação existente entre a indústria e o médico é perniciosa, e um comportamento ético de todas as empresas deveria ser a regra. Portanto, não podemos passar a suspeitar de tudo ou de todos de forma condenatória.
Na verdade, existem atualmente vários pesquisadores
participando