Iluminismo e razão
Em termos gerais podemos dizer que iluminismo é "A linha filosófica caracterizada pelo empenho de estender a crítica e o guia da razão em todos os campos da experiência humana". O próprio Kant no Prefácio à primeira edição da Crítica da razão pura, define a sua época como de crítica: A nossa época é por excelência uma época de crítica à qual tudo deve submeter-se. De ordinário, a religião, por sua santidade, e a legislação, por sua majestade, querem subtrair-se a ela. Mas neste caso provocam contra si uma justa suspeição e não podem fazer jus a uma reverência sincera, reverência esta que a razão atribui exclusivamente àquilo que pode sustentar-lhe o exame crítico e público. (KANT, 2005a, p. 15). A filosofia iluminista possui uma confiança decidida na razão humana, propõe um uso crítico da razão voltada para a libertação em relação aos dogmas metafísicos, aos preconceitos morais, às superstições religiosas, às relações desumanas e tiranas políticas, os quais representam para os iluministas heteronomia (condição de pessoa que recebe de outrem a Lei a que se deve submeter). A libertação dessas heteronomia por meio do uso crítico da razão possibilitaria experiências de autonomia. A definição dada por Kant ao iluminismo talvez seja a mais conhecida e para esse trabalho é com certeza a mais elucidativa: Esclarecimento é à saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento.(KANT, 2005c, p. 63-64). O esclarecimento, dado pelas luzes da razão, "possibilita o indivíduo abandonar a ignorância, permitindo sua ascensão a um nível superior de cultura, educação e formação". Kant