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5419 palavras 22 páginas
Diálogos Platônicos
De Platão, Críton, ou o DEVER
Extraído do livro Diálogos, da coleção Clássicos Cultrix.
Tradução: Jaime Bruna. Personagens: Sócrates e Críton, dois velhos.
( 360 a.C ) edição virtual por Miguel Duclós
Os números entre chaves [] se referem aproximadamente à paginação padrão adotada a partir da edição genovesa de Henri Estienne (Stephanus) de 1578 .
Partes do diálogo:
Argumento de Críton (43a-46a)
A resposta de Sócrates (46a-50a)
O Discurso das Leis (50a-54e)
Cena: Uma cela, na prisão de Atenas.

[43a]
Sócrates- Por que viestes a estas horas, Críton? É madrugada ainda, não é?
Críton- Perfeitamente.
Sócrates- Que horas, precisamente?
Críton- Mal começa a clarear.
Sócrates- Admira-me que o guarda da prisão te haja atendido.
Críton- Ele já se acostumou comigo, Sócrates, de tanto eu freqüentar este lugar; ademais, deve-me alguns favores.
Sócrates- Acabas de chegar ou faz tempo?
Críton- Faz já algum tempo.

[43b]
Sócrates- Então, porque não me acordaste logo e sentaste aí calado?
Críton- É que, por Zeus, Sócrates, em teu lugar, eu não gostaria de passar muito tempo acordado numa aflição assim; estou mesmo admirando, há tempo, a placidez do teu sono. Não te acordei de propósito; para que pudesses gozar quanto mais dessa tranqüilidade. Já muitas vezes antes, em toda a nossa vida, te considerei feliz pelo teu gênio, porém muito mais agora, na presente desgraça, pela facilidade e brandura com que a suportas.
Sócrates- Realmente, Críton, eu destoaria, se na minha idade, me agastasse por ter de morrer em breve.
[43c]
Críton- Outros também, Sócrates, passam por provações assim na mesma idade; no entanto, os anos não os dispensam de se agastarem com a sorte que lhes toca.
Sócrates- Assim é. Mas, afinal, para que vieste tão cedo?
Críton- Para trazer uma notícia, Sócrates, dolorosa e desoladora - não assim para ti, pelo que vejo - mas dolorosa e desoladora para mim e para todos os teus amigos; acho que a

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