Idh - uma régua não muito precisa
Idealizado para comparar o estágio de bem-estar dos países, o IDH da ONU tem valor, mas não pode ser tomado como definitivo.
Sua metodologia produz muitas e curiosas aberrações
[pic]
Benedito Sverberi
|Travel Ink/Getty Images |
|[pic] |
|NO TOPO |
|Os noruegueses, líderes no ranking, souberam transformar os dólares do petróleo em avanço social efetivo |
Há cinquenta anos vivendo sob uma ditadura, os cubanos são impedidos de viajar para o exterior e enfrentam uma privação tão drástica de produtos básicos que nas democracias de economia de mercado não seria aceitável nem em tempos de guerra. A Venezuela é uma ditadura que fecha jornais e emissoras de televisão, tem um governante, Hugo Chávez, que rasgou a Constituição para se eternizar no poder e acaba de montar uma milícia para, à moda da juventude hitlerista, atemorizar os poucos e heroicos jovens rebeldes que ainda ousam contestar o regime. A Venezuela não produz nada e importa tudo – de tomate a pasta de dentes. Toda a riqueza que possui é o petróleo. Pois, à luz do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), da ONU, Cuba e Venezuela são países mais evoluídos do que, para ficar na vizinhança, o Brasil e a Colômbia. Basta uma dose homeopática de bom senso para concluir que se está diante de um erro. Se houvesse uma ponte aérea gratuita e livre para quem desejasse emigrar definitivamente, os assentos estariam todos ocupados nos voos de Cuba para o Brasil ou Colômbia e vazios nos voos para a ilha de Fidel Castro. O IDH, porém, se choca frontalmente com essa realidade.
As estranhezas citadas são apenas algumas das distorções que saltam aos olhos no ranking do IDH divulgado