Hobbes

5806 palavras 24 páginas
Cotidiano e experiência na fotografia contemporânea
Victa de Carvalho

RESUMO No contexto atual das instalações fotográficas, é marcante o investimento de alguns artistas na renovação de linguagens e estéticas que apostam no cotidiano como estratégia de experiência. Em meio a uma superprodução de imagens do dia-a-dia das grandes cidades, de numerosas cenas corriqueiras e banais recentemente apresentadas em instituições de artes, as condições para uma experiência estética parecem, a princípio, tão precárias quanto a chance de “uma experiência” na vida ordinária.O objetivo desse artigo é analisar as relações entre cotidiano e experiência a partir dos trabalhos de Jeff Wall e Philip-Lorca diCorsia, tendo em vista os desafios da fotografia na arte contemporânea. PALAVRAS-CHAVE: Fotografia contemporânea. Experiência. Cotidiano.

195

Em Questão, Porto Alegre, v. 17, n. 1, p. 195-209, jan./jun. 2011.

1 Introdução
Sob diferentes perspectivas, o conceito de experiência vem sendo discutido ao longo de toda a história da filosofia e da história da arte. Não foram poucos os autores que se dedicaram a pensar a perda, ou mesmo a destruição da experiência a partir das transformações operadas na Modernidade do século XIX. De modo semelhante, não são poucos os teóricos que apontam para uma perda da capacidade de produzir ou ter uma experiência na atualidade. São recorrentes os discursos que definem o contemporâneo a partir de uma impossibilidade para traduzir os eventos do dia-a-dia em experiência, tornando o cotidiano uma vivência insuportável. Mergulhado em uma lógica de vida intolerável, o homem contemporâneo, segundo Agamben, está também expropriado de sua experiência, e já não é preciso nenhuma catástrofe ou acontecimento extraordinário para consumar tal impossibilidade, “[...] a pacífica existência cotidiana em uma grande cidade é, para esse fim, perfeitamente suficiente [...]” (AGAMBEN, 2008, p. 141). No contexto atual das artes, é marcante o investimento dos

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