Historia2015

3090 palavras 13 páginas
AS PRÁTICAS DE CONTROLE: EDUCAÇÃO E FILOSOFIA

Simone Freitas da Silva Gallina1

As sociedades contemporâneas são tributárias da demanda imposta pelos traçados do Capitalismo, traçados nos quais os dispositivos estão orientados para a agregação de novos padrões de “miséria e riqueza” e, conseqüentemente, de submissão e controle. Esta lógica da dinâmica social faz surgir uma máquina cuja eficiência está ancorada no fluxo contínuo e ilimitado de controle: a Educação. Tendo em conta a contribuição filosófica de Deleuze, pretendemos pensar o papel da Educação e da Filosofia circunscritas na sociedade voltada para as práticas de controle dos processos de subjetivação.

Palavras chaves: educação, filosofia, controle.

O controle

Gilles Deleuze aborda, nas Conversações, uma questão importante para pensarmos a relação entre educação e sociedade. Neste texto apresenta os elementos que caracterizam a passagem das sociedades disciplinares, que têm seu apogeu, segundo Foucault, no início do século XX, para as sociedades de controle. As sociedades disciplinares caracterizam-se enquanto formas de organização pautadas pelos grandes meios de vigilância e confinamento dos indivíduos, nas variáveis independentes da massa ou coletivo de uma escola, hospital, fábrica, etc. Neste sentido, podemos compreender, segundo Foucault, que “a vigilância torna-se um operador econômico decisivo, na medida em que é ao mesmo tempo uma peça interna no aparelho de produção e uma engrenagem especifica do poder disciplinar” (1991, p.157).
Nestes tipos de sociedades o espaço é o fator determinante, pois elas são antes de tudo espaços de confinamento: “O indivíduo não cessa de passar de um espaço fechado a outro, cada um com suas leis: primeiro a família, depois a escola [...], depois a fábrica, de vez em quando o hospital, eventualmente a prisão, que é o meio de confinamento por excelência” (Deleuze, 1992, p.219). A disciplina pelo confinamento também caracteriza o mundo do trabalho dos

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