Hipnose no contesto hospitalar

1. Introdução

A hipnose não é uma terapia por si só, mas uma técnica especializada que pode ser incorporada em situações terapêuticas particulares. Esta técnica deve ser utilizada exclusivamente, por profissionais bem treinados, na prática de sua própria profissão, como um recurso adicional e com um propósito específico, não devendo ser empregada como único método de tratamento. Assim, é incorreto falar de um “hipnotizador” ou de um “hipnoterapeuta”. Pelo contrário, refere- se a um psicólogo, médico ou dentista que estão devidamente treinados em hipnose, os quais a usam devidamente (Caballo, 1999). A hipnose é um processo pelo qual podemos ajudar os pacientes a utilizar suas próprias associações mentais, memórias e potencial de vida para alcançar seus objetivos, durante a indução. A sugestão pode facilitar a utilização das capacidades e potenciais que o paciente já possui, mas que não estão sendo utilizados ou estão pouco desenvolvidos, por falta de treinamento ou compreensão. O profissional explora cuidadosamente a individualidade do paciente, para conseguir determinar que aprendizados de vida, experiências e habilidades mentais estão disponíveis para lidar com o problema. Essa exploração facilita uma abordagem à experiência da indução, na qual o paciente pode utilizar estas respostas internas, pessoais e singulares para alcançar os objetivos da terapia (Actius, 2000). O comitê da Associação Médica Britânica, nomeado em 1953 para considerar a utilização da hipnose e sua relação com a prática médica, publicou, em 23 de abril de 1955, o relatório considerando a utilidade da hipnose na medicina. Nos Estados Unidos da América do Norte, o uso da hipnose por médicos e psicólogos treinados tem sido reconhecida como modalidade terapêutica válida pela Associação Médica Americana, desde 1958 (Marlus, 2003). No Brasil, o Conselho Federal de Medicina reconheceu a hipnose em 20 de agosto de 1999, com uma forma de diagnose e terapia que somente