Hermenêutica e amizade: resenha do artigo de luiz rohden uisinos

Da dialética dialógica

A hermenêutica filosófica atinge o ápice de seu potencial enquanto diálogo, ou seja, enquanto dialética dialógica. Diferente dos métodos científicos sintéticos que estabelecem um diálogo unilateral, em vista uma máxima absoluta, a dialética dialógica sugere uma conversa bilateral, onde o processo de formação de conhecimento se dá através do outro. Logo, permite aos protagonistas do diálogo passar pelo campo da subjetividade, que por fim consebe um leque amplo de possibilidades a serem escolhidas e exploradas; o que não traz desmérito ao método, já que este é aplicado justamente para expurgar os vícios do diálogo. Então, compreende-se o processo dialético como uma espécie de construção de um corredor, que se constitui a partir dos conceitos filosóficos ali trabalhados e devidamente fundamentados hemeneuticamente. Corredor este que termina em um hall imenso, onde a caminhada ali se dá para uma infinidade de caminhos diferentes. É então possível concluir que a dialética dialógica alcança um legítimo filosofar, que não aumeja uma máxima absoluta mas sim uma reflexão coerente acerca das coisas, que possibilite ao homem a felicidade enquanto ser dotado de conhecimento. Das pessoas no diálogo

Já estabelecido conceito e finalidade prévias, há a necessidade de mencionar suas normas, isto é, o método em si, imposto à aqueles que compõem o diálogo. Acima de qualquer norma metodológica, os que se submetem a dialética dialógica tem que, primeiramente, estar dipostos a entrar no jogo, ou seja, "entregar-se a conversa" questionando-se, afetando-se e transformando-se com o passar do diálogo. Mais do que simples interlocutores, os participantes do diálogo devem se tratar como parceiros, unidos pelo prazer e busca do conhecimento. A partir desta concepção quanto ao tratamento, o diálogo encorpora um caráter de cumplicidade, de dever e respeito mútuo entre os envolvidos, já que interdependem entre si no proceder das ideias. Não somente do