Haesbaert, R. Japão e sua periferia: os “tigres asiáticos”. In: Blocos internacionais de poder. São Paulo: Contexto, 1993.

HAESBAERT, Rogério. Japão e sua periferia: os “tigres asiáticos”. In: Blocos internacionais de poder. São Paulo: Contexto, 1993.
O texto de Rogério Haesbaert aborda as relações entre o Japão e países que compõem periferias de influência que conseguiram se “desenvolver” economicamente a partir da segunda metade do século XX, os chamados tigres asiáticos, além de estabelecer relações históricas, sociais, econômicas e culturais.
O autor afirma que o Japão é o lider desse bloco de poder e possui fortes relações econômicas e culturais, destacamos aqui que esse bloco oriental não é fundamentado politicamente, como no caso da zona do Euro, mas possui importância relevante no cenário econômico mundial. Um exemplo disso é que a Coréia do Sul tem a maior indústria naval do mundo.
Utilizando-se de ferramentas marxistas, como o materialismo histórico, o autor busca na história as raízes formadoras desse novo bloco de poder. Destacam-se a China e o Japão, que são civilizações milenares, sendo a chinesa talvez a mais antiga do mundo. Foram citadas as inflências do imperialismo chinês desde os primeiros séculos da era cristã, o confucionismo e o budismo são exemplos dessas influências. Mas os japoneses que possuem uma forte cultura militarista, autoritarista e nacionalista, fecharam-se e se isolaram perante os chineses e aos europeus.
A abertura japonesa somente se deu no século XIX, através da era Meiji. O desenvolvimento capitalista japonês se deu através da exploração das forças de trabalho dos agricultores e o investimento na industrialização. Vale ressaltar que nesse período o Estado assumia o papel de controlar o mercado através do autoritarismo que veio a favorecer os grandes clâs familiares.
Haesbaert destaca uma série de fatores que explicam o grande desenvolvimento da economia japonesa, queremos enfatizar os fatores diretamente ligados às condições de vida dos trabalhadores que tinham sindicatos fragilizados e recebiam baixos salários, além de toda a herança