GUERRA E A PAZ EM PORTINARI

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GUERRA E A PAZ EM PORTINARI

“A guerra seria representada através do sofrimento do povo e não de soldados em combate.”

“Camponeses plantando, camponeses colhendo, o espantalho, os batedores de arroz¸ homens, mulheres e meninos cantam”.

Camponeses, batedores de arroz e espantalho:

Homens, mulheres e meninos cantam:

“Mães com seus filhos mortos no colo.”

A que referência religiosa e artística essas imagens remetem.

Na representação da Guerra, como tivesse relativa liberdade de criação, Portinari optou pelo tema intemporal dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse. Pareceu-lhe uma solução melhor do que pintar a guerra com um caráter realista, figurando os combates do século XX com o arsenal das armas contemporâneas. Tudo foi posto de lado, em favor de uma visão simbólica, diferente do que se vê nos murais dos pintores mexicanos, ou mesmo no Massacre da Coréia, de Picasso. A guerra seria representada através do sofrimento do povo e não de soldados em combate. Os próprios cavalos não têm as cores do texto bíblico, no qual o primeiro é branco, o segundo vermelho (cor de fogo), o terceiro preto e o quarto amarelo ou baio. Esta diferença foi imposta pelas necessidades tonais da pintura, na qual os azuis dominam e até parecem cantar, sustentados pelos tons quentes dos laranjas.

Todos os figurantes da Paz são os meninos de Brodósqui, cinco vezes nas gangorras, como aparecem em várias de suas telas, outras vezes em cambalhotas e piruetas, pulando carniça, ou armando arapuca, moças que dançam e cantam um coral de meninos de todas as raças, assim como nós, brasileiros, noiva da roça na garupa do cavalo branco, o palhaço, a mulher carregando o cordeiro, os dois cabritos que dançam bem no centro do painel, como se fossem o núcleo da Paz, a égua e o potro, e na faixa de cima, bem lá de

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