Gregório

8384 palavras 34 páginas
GREGÓRIO DE MATOS: O ESTATUTO DO SILÊNCIO ROMPIDO
Luzia Aparecida Oliva dos Santos 31 Resumo
Este artigo propõe uma leitura de dois poemas de Gregório de Matos que revelam a inserção do indígena, ou melhor, de signos originários de sua cultura, na representação do caráter local em contraposição à estrutura hegemônica da tradição europeia. A reflexão se faz a partir do uso do léxico tupi, que traduz a consciência crítica do poeta diante de um dos momentos importantes da formação cultural brasileira. É do paradoxo formado a partir dos aspectos da diferença entre local e estrangeiro que Gregório de Matos desestabiliza o discurso do cânone, e utiliza a língua do nativo como fator básico na construção da imagem de uma nação que se forma a partir dos mesmos aspectos paradoxais. O alvo é a mestiçagem, pautada na herança do passado histórico do colonizador, que será desvestido de sua condição simbólica pelo viés da antropofagia e do lúdico, o que estabelece a correlação dos dois universos presentes. Nos poemas, o índio é presença não em sua força física ou na fidelidade ao seu senhor, nem tampouco na execução de suas atividades rotineiras; eles abreviam o curso de apropriação desses fatores e vão diretamente ao que o nativo tem como instituição: a língua.

Abstract
This paper proposes the reading of two poems by Gregório de Matos, which reveal the insertion of the Indian, or better, of signs of indigenous culture, in the representation of the local nature in contraposition to the hegemonic structure of European tradition. The reflection is made from the use of Tupi lexicon, which translates the poet critical consciousness about one of the most important moments of Brazilian cultural formation. It is from the paradox formed from the aspects of the difference between local and foreigner that Gregório de Matos destabilizes the canon discourse, and uses the native language as a basic factor in the construction of the image of a nation which is made from the same

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