GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: UMA CONSEQUÊNCIA, UMA REALIDADE.

1 INTRODUÇÃO

A adolescência é uma fase com profundas transformações, assinalada pelo crescimento biológico, sócio cultural, psicológico e cognitivo. Porém, é um processo de transição cujo transcurso o ser humano procura encontrar o seu lugar no espaço social e construir sua identidade. Modificações no padrão de comportamento dos adolescentes, no exercício de sua sexualidade, exigem atenção devido a suas repercussões, entre elas a gravidez precoce.

A gravidez na adolescência, longe de representar um acontecimento novo, esteve sempre presente na história da humanidade. Segundo Souza (2002), na década de 60, com o movimento de contracultura, os jovens começaram a questionar as políticas sociais vigentes e a reivindicar o direito ao livre exercício da sexualidade. A gravidez passou a ocorrer fora dos matrimônios. As transformações no âmbito da sexualidade dos jovens continuaram ocorrendo, e hoje, a iniciação sexual ocorrendo mais precocemente, torna-os alvo de preocupações.

Independentemente do meio social em que estejam inseridos e do conhecimento prévio dos métodos contraceptivos as adolescentes, frequentemente, se expõem ao risco da gestação não planejada. Segundo Silva & Tonete (2006), estima-se que, no Brasil, um milhão de adolescentes dá à luz a cada ano, o que corresponde a 20% do total de nascidos vivos e, que a cada década cresce o número de partos de meninas cada vez mais jovens em todo mundo.

As dificuldades em se obter informação cercam as adolescentes. Essas dificuldades englobam os meios para evitar a gravidez, e como conseguir acesso a eles; o medo da família descobrir o uso do método e a vergonha de se submeter ao exame ginecológico. Podem-se acrescentar outras causas, como a necessidade moral da não-premeditação da relação sexual, inviabilizando a análise sobre qual método utilizar. A falta de informação sobre seu próprio ciclo reprodutivo, somado aos resquícios do pensamento infantil, leva a adolescente a concluir pela pouca ou nenhuma