Grandezas e Misérias da Biografia
A biografia é vista como um gênero problemático, híbrido, confuso, controverso e duvidoso. E esta obra aborda os limites e as fecundidades da biografia.
A preocupação com a história de uma vida teve início com o grego antigo, ao mesmo tempo em que a história surgiu como forma de conhecimento. Por muito tempo, muitos autores acharam que contar a vida de alguém era diferente de uma História (que narrava fatos coletivos e contava a verdade).
As histórias de vidas serviam para deixar exemplos morais, negativos ou positivos.
No amplo campo da literatura, do romance à autobiografia, debateu-se a possibilidade de se escrever a vida de um indivíduo.
Na Inglaterra a biografia encontrou maior aceitação do que na França.
Segundo Le Goff, a biografia é um complemento indispensável da análise das estruturas sociais e dos comportamentos coletivos, e posteriormente afirma que a biografia é o auge da vida do historiador.
Dois fatores podem explicar o interesse que é hoje dispensado à biografia: os movimentos da sociedade e o desenvolvimento das disciplinas que estudam homem em sociedade.
O primeiro fator destaca que cada vez mais o indivíduo tem seu espaço na sociedade e cada vez mais o homem se detém sobre ele mesmo.
De acordo com a autora, em sua graduação ela foi formada na tradicional orientação de que são os homens importantes que fazem a história.
A maioria das biografias realizadas não parece satisfazer os historiadores, por oscilar entre uma idealização simplista do personagem e falsas polêmicas em torno de pessoas famosas, visando a uma grande vendagem, além disso, muitas se comprazem do anedótico, e não do essencial.
Existem os mais variados tipos de biografias, desde um rápido percurso da vida do biografado até um que vai fundo na alma do biografado.
As biografias podem ser classificadas em três tipos: um breve resumo da vida de uma pessoa, elogios fúnebres ou ligados a uma circunstância particular