Grafitti
A história, as lendas e a Wikipédia dizem que o graffiti deriva lá do Império Romano, onde os muros eram utilizados como um dos suportes de diálogo com a esfera pública. Cristo foi crucificado, Maria Antonieta perdeu a cabeça, o muro de Berlim foi derrubado, a Hebe quase morreu e o Corinthians foi para a Libertadores, e o graffiti continua sendo intervenção, arte e denúncia urbana.
Generalizou-se pelo mundo a partir de maio de 1968, quando, no contexto de revolução política e cultural, os muros de Paris foram tomados por inscrições de caráter poético-político. Tornou-se popular e adquiriu forma nas ruas de Nova York. No Brasil, mais fortemente em São Paulo, surgiu na década de 1970. Primeiro através das pichações poéticas e depois com a stencil art (com reprodução seriada). Já nos anos 90, o graffiti ampliou sua presença para as periferias no rastro do movimento hip-hop.
Hoje, está incorporado de tal forma na vida urbana que já faz parte da identidade das cidades. Em São Paulo, todo dia 27 de março, saúda-se o dia do graffiti (não oficializado nacionalmente). A data é celebrada desde 1988, em homenagem a Alex Vallauri, um dos pioneiros da arte de rua no país. O grafiteiro, pintor, artista gráfico, desenhista, cenógrafo e gravador nasceu na Etiópia, mas adotou o Brasil. Criou personagens célebres reproduzidos em stencil por toda a Paulicéia. Quem não se lembra da enigmática botinha preta de couro?
De tanto percorrer a cidade, a botinha perdeu seu solado, foi engolida por uma bocona vermelha que dizia ah! beija-me, passeou com o Cão Fila, visitou o TAKI 183 e acabou indo para a mesa com a Rainha do Frango Assado.
As histórias dos graffitis se entrelaçam, se recriam. Numa paleta de cores, assumem novas formas e