Governança de ti

Muitos se desesperam com as muitas confusões econômicas e políticas recentes em países sul-americanos, que podem prejudicar a imagem de todos do continente. No entanto, o quadro é similar nos países asiáticos, mostrando que não se trata de um privilégio local. Há que se conviver com a diversidade de situações, procurando se diferenciar dos demais, pelos critérios que são aceitos pela maioria dos países desta aldeia global.
Mesmo o conceito de democracia ocidental não é tão universal como parece, ainda que aparente ser o menos ruim de todos. Nascido das revoluções francesa e americana pressupõe-se que todos sejam iguais, tendo os mesmos direitos. Mas parece que os seres humanos acabam sendo diferenciados pelas suas riquezas e rendimentos. Uns são mais que os outros.
No Extremo Oriente se admite, a priori, que nem todos são iguais. Pela influência do confucionismo, os pais tendem a serem mais considerados que os filhos, os professores mais que os alunos, os veteranos mais que os novatos, os idosos mais que os moços etc. Seria injusto pelo conceito de democracia ocidental, pois todos devem ser iguais, tendo o direito a um voto cada. Mas será que seria mais justo considerar as diferenças pelas posses materiais ?
Parece conveniente que haja independência dos poderes, do executivo, do legislativo e do judiciário. Mas se o poder econômico bloqueia no legislativo as urgentes necessidades mundiais de diminuição do aquecimento global, será que teremos que esperar pelo bom senso das grandes empresas ? Ou aceitar que os chineses só aceitem restrições as suas atividades poluentes acima de um patamar mínimo de crescimento ?
Não me parece que devemos impor os nossos valores aos outros. Podemos não concordar, mas devemos respeitar o regime político e econômico que cada país escolheu. Precisamos aprender a conviver com os desiguais, respeitando as suas opções. Não podemos dividir o mundo entre os bons e os maus (por quais critérios ?). Não podemos nos considerar do grupo de