Glicemia capilar em hospitais

Importância da rastreabilidade da glicemia no ambiente hospitalar * O diabetes é uma condição de prevalência crescente e atinge cerca de 12% dos brasileiros (1, 2). Metade dos portadores desconhece o diagnóstico, pois os sintomas não são comuns na fase inicial e poucos realizam exames de rastreamento (3). No hospital, a prevalência de diabetes é maior que na população geral pois as suas complicações cardiovasculares, metabólicas e infecciosas freqüentemente necessitam internação hospitalar para tratamento. A prevalência cresce de acordo com a complexidade da unidade de internação, variando de 10 a 12% em unidades não intensivas a até 50% dos internados nas unidades de cuidados intensivo (5). Na média, o diabetes atinge entre 25 e 35% dos internados (4, 5). Destes, 4 a 10% desconhecem o diagnóstico (5, 6). Além disso, alterações glicêmicas transitórias associadas ao estresse podem ocorrer em até 12% dos indivíduos sem história prévia de diabetes (8).
A presença de hiperglicemia devido ao diabetes ou desencadeada por estresse influencia negativamente a evolução clínica de pacientes internados por qualquer condição. Cada aumento de 50mg/dl em um paciente internado aumenta a mortalidade perioperatória em cirurgias não cardíacas e não vasculares em 52%, eleva o risco de complicações (insuficiência renal, sepse e morte) em pacientes recebendo nutrição parenteral em 4,4 vezes, eleva o tempo de internação em 0.76 dia e o custo em 1769 dólares em pacientes submetidos à revascularização. Por outro lado, o tratamento da hiperglicemia em pacientes internados é facilitado pela contínua assistência da enfermagem e pode reduzir a incidência de complicações e mortalidade (4, 10, 11).
Recentemente, a hipoglicemia também tem sido implicada com maior mortalidade hospitalar tanto em pacientes críticos como em pacientes não críticos (12-14). Dada a variedade de sintomas associados à hipoglicemia e a presença de diversas comorbidades que causam sintomas no paciente internado. O