Gestalt
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EXPECTATIVAS INICIAIS Cada indivíduo tem seus próprios motivos para se tornar psicoterapeutas, porém partilham com outros estudantes e terapeutas a preocupação pelo bem-estar das pessoas e um desejo de ajudar a melhorar a qualidade de suas vidas. Dentre as razões que levam as pessoas a optarem por esta profissão, as principais são: usar os conhecimentos adquiridos para resolver seus próprios problemas emocionais; se descreverem ou outros retratá-los como possuidores de certas qualidades pessoais importantes para a prática terapêutica, tais como: sensibilidade e compreensão; discernimento e perspicácia; bons ouvintes; seus conselhos são construtivos e úteis para amigos que viviam momentos de crise; interesse e curiosidade pelos seres humanos e seu comportamento; poder e prestígio associados a profissão. Aprender a ser psicoterapeuta não é fácil. Como resultado das experiências que adquirimos durante o treinamento, várias das expectativas que tínhamos no começo da formação profissional, a respeito da terapia e do papel do terapeuta, se transformam de forma significativa, gerando um certo número de confusões, dificuldades e medos. Os terapeutas iniciantes que utilizam suas próprias experiências como uma orientação na terapia, poderão deixar de notar alguns pontos que estão fora do âmbito de sua própria experiência. Embora exista uma semelhança superficial entre amizade e terapia, o cliente não é um amigo, mas uma pessoa estranha que busca uma terapia com alguém especializado em lidar com problemas essenciais. Devido a sua habilidade limitada, junto à ambigüidade e falta de clareza para julgar corretamente seu desempenho como terapeuta, alguns estudantes tem medo de ser visto pelo cliente como incompetente, então dissimulam essas dificuldades durante a sessão, atuando de forma distante, autoritária e não-comunicativa. Outros comunicam ao cliente suas inseguranças e inabilidades, e tentam começar um relacionamento de amizade e companheirismo. Os