Função social da escola

Com a Revolução Francesa (1789-1799) coube à escola produzir um novo homem que rompesse com a ordem feudal, fortemente influenciado pelos ideais iluministas, e que disciplinasse o operário do movo de vida capitalista, onde a transmissão de determinados conhecimentos é elemento fundamental para a produção capitalista. Há a necessidade de uma nova sociabilidade, e aí entra a escola, como elemento-chave para a formação de novos valores, novos modos de ser e viver.
Desse modo, a escola burguesa representou um avanço na sociedade ao colocar como fundamental a transmissão de conhecimentos para todos os cidadãos, mas também criou um processo educativo que girava em torno do princípio da alienação e da formação para mão de obra trabalhadora, um modelo de escola destinado às atividades mais básicas do conhecimento – ler, escrever e contar –, destinando apenas para as elites uma escola de caráter mais geral, clássica e científica.
Historicamente, coube à escola a guarda e a responsabilidade social da transmissão do conhecimento, porém, ela não tem conseguido a socialização/transmissão de conteúdos escolares. As mudanças estruturais da sociedade capitalista das últimas décadas desencadearam uma crise global que afetou as instituições, sendo uma delas a escola, e que muitas vezes é tratada como algo “natural”.
A Sociologia dentro da escola precisa ter a preocupação de selecionar conteúdos em quais os estudantes possam agir, assimilando conhecimentos e levando-os a compreensão do mundo em que vivem e são ativos. Torna-se necessário no conteúdo de Sociologia desnaturalizar as relações sociais do cotidiano escolar e estabelecer uma relação consciente com o mundo.
A educação deve ter um projeto educacional que vá além do imediato, que tenha como ponto principal a emancipação humana que supere o distanciamento e a ausência de sentidos.

Referência: “A crise de sentidos e significados na escola: a contribuição do olhar sociológico”, Sueli Guadalupe de Lima Mendonça.