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Caso L

Ao chegar ao mundo, o ser humano, necessita de cuidados de um outro a fim de conseguir sobreviver. Freud aponta esta situação como estado de desamparo. Entretanto, para além da questão da sobrevivência, há também a constituição psíquica do ser em questão. Para Lacan, o processo de constituição psíquica do sujeito pode se iniciar antes da concepção por meio do desejo de um Outro. Tal desejo deve se estabelecer em forma de demanda, permitindo assim que o bebê ocupe lugar imaginário de objeto em sua relação com a mãe. Enquanto recém-nascido, ele se comportará de modo reflexo aos estímulos que lhe causam desconforto, uma vez que não se encontra ainda capturado pelo mundo da linguagem e da cultura. Para que isso aconteça, é fundamental a sua vivência no complexo de Édipo.
O primeiro tempo edípico se trata de um momento onde a criança vive uma relação fusional com a mãe. Nesse período, a função materna pode ser desempenhada, tanto por meio dos cuidados dos primeiros dias de vida, quanto através do processo de alienação, onde a criança se confunde com a mãe. Tal confusão é decorrente do processo de alienação, através do qual a criança passa se reconhecer especularmente por meio do olhar do Outro, que no caso é sua mãe. Sendo assim, ela passa ser aquilo que dizem que ela é, tem um nome próprio, preferencias, qualidades e defeitos que são ditos e descritos. Durante esse período parece que o que mais importa a mãe é essa criança. Entretanto, chega um momento em que esse Outro passa querer outras coisas para além do filho. Tais questões, explicitam o fato de que esta mãe, ou este Outro, deseja, isto é ela tem faltas que precisam ser supridas. A falta da mãe pode estar relacionada à sua feminilidade que lhe aponta para o exigência de um terceiro em ter uma mulher.
Tudo isso, indica um segundo tempo edipiano, onde a função paterna, ao ser executada interdita a relação entre mãe e criança. Dessa maneira, o pai passa ser visto como um rival, como aquele que impede a