Folhelho
É chegada a hora e a vez de extrairmos a energia do futuro de uma rocha ainda pouco conhecida do brasileiro, o folhelho. O folhelho (veja definição) também é chamado de xisto por muitos o que para nós, simples Geólogos, é mais uma heresia entre as tantas publicadas. Trata-se de uma rocha sedimentar, fina, com um mínimo de metamorfismo apresentando uma laminação característica que lhe dá um aspecto folhado.
É chegada a hora de mudar o nome xisto betuminoso para folhelho oleígeno. O folhelho quando tiver na sua composição proporções de betume ou querogênio deverá ser chamado de folhelho betuminoso, ou pirobetuminoso.
O folhelho oleígeno tem quantidades de hidrocarbonetos que podem ser extraídos por um processo de destilação razoavelmente simples o que irá produzir óleo combustível, gasolina, nafta, enxofre e gás.. O conteúdo de querogênio nos folhelhos interessantes varia de 5 a 25%.
Esta rocha está revolucionando a economia e a indústria de gigantes como os Estados Unidos e poderá afetar positivamente a nossa também.
A extração de óleo dos folhelhos é antiga. Já no século 18 existiam mais de 200 usinas, só nos Estados Unidos extraindo o óleo dos folhelhos. Em 1859, quando foi perfurado o primeiro poço de petróleo nos Estados Unidos os folhelhos foram imediatamente abandonados como fonte de óleo por terem um custo de extração maior do que o petróleo. Deste momento em diante até uma década atrás, pouco se fez para viabilizar os folhelhos betuminosos no resto do mundo.
No Brasil o "namoro" com o folhelho é antigo. A primeira lavra de folhelhos no Brasil foi em 1884, na Bahia. Somente em 1935, em São Mateus do Sul, Paraná, a produção atingiu 318 litros de óleo por dia. O Governo a partir de 1949 investiu na pesquisa do potencial econômico dos folhelhos.
A Petrobras está desenvolvendo pesquisas com folhelhos da Bacia do Paraná, desde 1954 e em 1972 inaugurou a planta de S. Mateus do Sul no Paraná.