Folclore em Câmara Cascudo

Luis da Câmara Cascudo nasceu em Natal no ano de 1898. Mesmo ano que Prestes e Lampião. Filho único de um militar tinha boa situação financeira, mas era considerado de uma família rica. Tanto que tentou estudar medicina no Rio de Janeiro, mas sua família não teve dinheiro para continuar custeando seus estudos. Então voltou a Natal, onde trabalhou como professor para bancar seus estudos e se formar em Direito. Ocupou vários cargos públicos de nomeação e chegou a ser deputado, porém foi como professor de Direito Internacional que ocupou boa parte de sua vida laboriosa. Entretanto, foi na Antropologia cultural, no estudo do folclore, tomando como objeto a terra, o homem, o ambiente, a história e as “estórias”, que Câmara Cascudo contribuiu para a compreensão da formação da cultura brasileira. Sua visão de mundo antecede a modernidade e a expansão da comunicação. Para ele, a “função do escritor era como a do mamoeiro, produzir mamão”, por isso escreveu perto de uns 150 livros e nunca deu muita importância a direitos autorais. Fundou a Sociedade Brasileira do Folclore e nunca se “filiou” a escola cientifica nenhuma. Sempre trabalhou em cima de convicções e sistematizações. Foi grande conhecedor da língua portuguesa e crítico literário. Participou ativamente do modernismo, escrevendo inclusive para revista de antropofagia de Oswald Andrade em 1928, ano em que se formou. Seu grande parceiro na pesquisa do folclore foi Monteiro Lobato, editor e amigo. Chamado de filósofo de povo brasileiro, gênio da província, Doutor em África por causa de sua longa viagem a este continente, principalmente as colônias portuguesas, nunca morou fora de Natal e pouco viajou se comparado a sua vasta obra e conhecimento. Sua maior ferramenta de apreensão e transmissão de conhecimento foi à correspondência, pois foi um exímio escritor de cartas. Dentro de sua vasta obra literária, considerava como seus melhores trabalhos os livros Anúbis, Vaqueiros e Cantadores, Civilização e