filosofia

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Sócrates entendeu que as duas primeiras teses são facilmente refutáveis, pois são definições muito fracas de justiça, encontrando somente certa dificuldade em produzir uma refutação relevante para a última das teses, porém argumenta que os governantes não são os fortes infalíveis, pois caso não obedeçam às leis, podem criam legislações que sejam desfavoráveis à eles próprios, razão pela qual é que cabe aos governantes visar sempre ao bem dos governados (BOTTER, 2012, p. 18). Ressalta-se que essa refutação socrática revelou-se abstrata, baseada em considerações teóricas e questões de princípios, uma vez que seus refutadores firmavam-se na realidade para produzir suas teses.

Cabe, portanto, a cada classe ou parte distinta da alma cumprir suas próprias tarefas, ou seja, suas próprias virtudes. Somente quando cada função é cumprida por seus responsáveis pode-se tornar o individuo e a sociedade justos, sendo a razão tida como o princípio da organização, partir de onde o individuo governa sua vida particular e os governantes, a cidade. A cidade, portanto, na concepção platônica, é boa e virtuosa quando o cidadão faz aquilo que lhe cabe enquanto virtude, segundo sua classe social, “sem intrometer-se em outras atividades”, o que possibilita a “imagem da justiça”. E é a partir dessa virtude que se manifesta a justiça, pois, caso o cidadão não realize sua própria virtude, estará cometendo injustiça. (PLATÃO, Livro IV, p. 145).

Uma cidade boa é aquela que a mostra com seus atributos ser sábia, corajosa, moderada e justa, sendo a justiça e a temperança atributos dos componentes da própria cidade, porque a temperança que “faz os cidadãos cantarem a uma só voz”, e a justiça “porque ela espalha largamente o exercício habitual da cidadania e envolve a cidade em seu conjunto” (DESCLOS, 2001/2, p. 18 e 19).

Nesse contexto, o malvado é aquela “pessoa que não possui sabedoria, isto é, que não exerce a parte racional da sua alma, e assim desconhece totalmente o bem ou o confunde a

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