FILOSOFIA

UFRGS - Filosofia das ciências humanas – 2014/2

Maurício Machado da Silva - 00221250

A preocupação de tratar deste tema, a saber, a técnica, no início do séc. XX ou mesmo no fim do séc. IXX não se dá no sentido da escolha de um tema aleatório ou meramente secundário. Por mais que na antiguidade (momento de cunho do conceito) a técnica fosse vista apenas como um modo de saber dentre muitos outros e, portanto, tendo seu domínio limitado a algumas relações específicas, na modernidade este conceito ou mesmo ‘força’, passa a ganhar um papel central e determinante na construção da relação do homem com o mundo e com ele mesmo. A apresentação por Nietzsche em seus textos de ideias como o super homem demonstram que o contexto moderno (e mesmo atual) apresenta, quase de maneira inevitável, novos paradigmas à humanidade intrinsecamente relacionados com esta questão (da técnica) afinal “no princípio do século XX, a tecnologia maquinística tornara-se campo de um confronto muito intenso, entre os que a viam como um fator de desintegração social, cultura e humana e os que a viam como força capaz de levar à criação de uma forma de vida racional, democrática igualitária e benevolente” (Rüdiger 2014, p. 73). Por mais que os textos de Nietzsche não tenham apresentassem explicitamente tais termos, Heidegger percebe na filosofia proferida à cerca da vontade de poder a força motriz e peça central deste desenrolar histórico no qual nos encontramos (desde a época moderna). A vontade de poder que ‘leva’ o homem cada vez mais a querer tudo o que pode e assim, a partir desta plataforma, alcança novas possibilidades de expansão da ação (‘um degrau acima’) e assim empreende sua força em uma espiral ascendente de tecnologias que estará sempre inacabada, sobrepondo-se, ‘faminta’. “A vontade de poder deseja apenas o que quer e o que pode querer, isto é: maior potência e, portanto, maior crescimento de poderio, uma vez assegurado um nível de potência como base para se passar a outro mais