Filosofia

A OBJETIVAÇÃO DA VERDADE, A PARTIR DA
FUNDAMENTAÇÃO DA ARITMÉTICA EM GOTTLOB FREGE
“Se o número fosse uma representação, a aritmética seria psicologia ”.
_Frege.

Ronnielle de Azevedo Lopes 1

RESUMO: O presente ensaio tem como escopo pensar a objetivação da verdade em
Frege, a partir dos textos do autor Os Fundamentos da Aritmética (Die Grundlagen der
Arithmetik) e o prólogo Às Leis Fundamentais da Aritmética (Grundgesetze der
Arithmetik), tendo como pano de fundo a sua crítica ao psicologismo. De acordo com
Frege, a verdade é plenamente objetiva e não sensível. Deste modo, se faz preciso esclarecer os fundamentos puramente lógicos na matemática; e assim, suplantar definitivamente as influências psicológicas na aritmética.
Palavras-chave: Psicologismo. Crítica fregeana. Fundamentos da aritmética. Lógica.
Objetivação da verdade.
1. INTRODUÇÃO
Se algo é um problema, é preciso investigá-lo e não fugir do mesmo. A investigação por Friedrich Ludwig Gottlob Frege (1848-1925) empreendida é acerca dos fundamentos lógicos da aritmética e de sua envergadura cognitiva em vista da objetivação da verdade. Tal questionamento se desdobra para Frege na tentativa de superação da representatividade subjetivista na aritmética e na busca de pressupostos lógicos e ontológicos que suplante o princípio de imanência na ciência.
Para nortear o desenvolvimento da questão aqui colocada algumas indagações podem ajudar: O que é o número? As bases da aritmética estão nas coisas do mundo exterior? São subjetivas? É de natureza empírica como concebia Stuart Mill? É uma representação, como concebem os psicologistas idealistas? Ou são transcendentais? A aritmética, e nesta toda a matemática, são construções psicológicas ou demonstrações puramente lógicas? De onde parte a argumentação de Frege e a que se destinam suas conclusões? _Buscaremos responder a estes questionamentos no decorrer do texto.
Para Frege, a aritmética é desprovida de qualquer vínculo psicológico. A