filosofia

663 palavras 3 páginas
O amor, como Eros, signifi ca, antes de tudo, uma falta, refere-se a uma ausência, é o desejo daquilo que não se tem e que não está presente. Os fi lósofos amam e desejam a sabedoria e começam a fi losofar exatamente porque não são sábios. Portanto, fi losofar é uma forma de tornar presente aquilo que está faltando, está ausente. Para tornar presente aquilo que o fi lósofo reconhece que não possui (a sabedoria a respeito de algo) ele começa a falar e a pensar sobre o que lhe falta. Comparativamente, sabemos que esse também é o recurso daquele que ama alguém: quanto mais o amante fala sobre seu amado mais este aparenta se tornar presente.
É importante considerarmos que o amor do fi lósofo está sempre ligado à ausência da coisa amada. É exatamente porque, não sendo sábio, ele deseja o saber; porque não sendo belo, deseja a sabedoria acerca da beleza; porque não sendo corajoso, deseja a sabedoria acerca da coragem, enfi m, trata-se de um amor desejante e poderemos compreender melhor isso se formos à origem da palavra desejo.
Podemos pensar a origem da palavra desejo não na
Era Clássica (período histórico em que surge a fi losofi a), mas já em sua raiz latina e, ainda assim, aproximarmo-nos daquilo que nos interessa, ou seja, do amor desejante da fi losofi a.
Desejo em língua portuguesa origina-se da palavra latina desiderare. Por sua vez, desiderare origina-se de sideris que quer dizer astro ou estrela. Bem, e qual relação está mantida entre desejo (desiderare) e estrela (sideris)?
Na Roma Antiga, os adivinhos analisavam as estrelas para descobrir o que aconteceria no futuro. Por exemplo, um guerreiro próximo a uma batalha recorria a um advinho para saber qual seria a sua sorte, se ele seria vencedor ou perdedor. Assim, o advinho, com sua capacidade toda especial, analisava as estrelas e fazia a previsão do futuro daquele guerreiro. A esse ato de analisar as estrelas os romanos chamavam considerare, que em português

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