filosofia
“É durante os anos 1970 que os profissionais da análise de textos começam a estudar a leitura. (...) Os teóricos percebem que as duas questões mais importantes que eles se colocam – o que é a literatura? Como estudar os textos? – significam perguntar por que se lê um livro” (11).
O estruturalismo, no entanto, não dá conta do leitor. Assim, abrem-se novos caminhos para a leitura nos anos 1980. Portanto, “é a expansão da pragmática que vai levar os estudiosos da literatura a se interessar pelos problemas da recepção. Para descrever o funcionamento da linguagem, a linguística acrescentou aos dois ramos tradicionais – a ‘sintaxe’ (...) e a ‘semântica’ – a ‘pragmática’ (relação dos signos com seus usuários)” (12).
Dessa forma, analisar “a leitura significa se interrogar sobre o modo de ler um texto, ou sobre o que nele se lê (ou se pode ler). Ora, se a observação do ‘como’ da leitura confere às teorias da recepção certa especificidade, o problema de seu ‘conteúdo’ leva frequentemente (...) a se questionar sobre o ou os sentidos de um texto. (...) [Assim], o estudo da leitura se confunde com o da obra” (14).
O autor classifica como grandes teorias da leitura: 1) a Escola de Constância; 2) a análise semiótica e estudos semiológicos; 3) as teorias do leitor real.
A Escola de Constância pretende deslocar a análise para a relação texto-leitor. Divide-se em dois ramos: a) Estética da Recepção (Hans Robert Jauss); b) leitor implícito (Wolfgang Iser). Jauss afirma que a obra de arte só se impõe mediante a existência de um público. “A história literária (...) é menos a história da obra do que a