Filosofia e semiotica

Filosofia e Semiótica

Edmundo Balsemão Pires
Universidade de Coimbra – Faculdade de Letras –

Questões Iniciais
O problema fundamental que uma Filosofia da Linguagem tem de enfrentar é o da relação entre os quatro membros referidos habitualmente como “signo”, “realidade”, “pensamento” e “locutores”.
Se estes quatro elementos são as bases de toda a linguagem humana é importante que uma investigação sobre eles comece por não ver qualquer vantagem em reduzir alguns dos elementos aos outros.
No entanto, no passado das doutrinas filosóficas sobre a linguagem encontramos várias estratégias no sentido da redução dos elementos da linguagem a um deles, considerado como a fonte ou a razão de ser da existência da linguagem.
Por outro lado, a investigação sobre a linguagem cedo se deparou com o problema de saber se devemos começar a investigação por elementos não analisáveis ou por grupos de elementos que formam totalidades compreensivas. É o caso com o signo (ou palavra) e a proposição.
Desde logo encontramos uma significativa e influente afirmação de que a linguagem serve de expressão do pensamento em Aristóteles no De Interpretatione: as palavras faladas são símbolos da experiência mental e as palavras escritas são símbolos das palavras faladas. Do mesmo modo que nem todos os homens têm a mesma escrita nem todos os homens usam os mesmos sons, mas as experiências mentais, que aqueles directamente simbolizam, são as mesmas para todos, do mesmo modo que aquelas coisas das quais as nossas impressões são imagens (16 a).
Na modernidade é com um sentido semelhante que, por exemplo, em D’ Alembert encontramos a ideia segundo a qual le langage n’est que l’expression de la pensée; il y a essentiellement dans le discours, de quelque assemblage de sens qu’il puisse être composé, un certain ordre qui a été dans l’esprit et auquel son discours peut toujours être réduit (A. Robinet, 1978, 60).
A chamada Lógica de Port-Royal concebida normativamente como “arte de bem